Historicamente as fábricas que equiparam a frota brasileira tiveram atividade descontinuada, sendo exemplos, a de Henrique Laje – HL- que encerrou atividades em 1945 após 300/400 unidades produzidas; a Companhia Aeronáutica Paulista- CAP- 1200 unidades até 1946 e Neiva, Soc. Construtora Neiva Ltda - 520 unidades até 1967. Quanto a Neiva, sua inviabilidade financeira foi solucionada por aquisição pela Embraer, porém as linhas de aeronaves nacionais foram encerradas.
O reconhecimento da necessidade de aeronaves para instrução sempre existiu no Ministério da Aeronáutica, que além de diversas importações patrocinou a compra dos 242 Neiva P 56 ao fim dos anos 50 e em 1989 de 400 Aero Boero argentinos.
Após esta última e o encerramento das atividades do fabricante dos Boero, tentou aquele Ministério por duas vezes ao menos, a reativação da fabricação no Brasil dos Paulistinhas, reconhecendo explicitamente a necessidade de uma aeronave desta categoria para formação inicial de pilotos. Razão a mais para a apresentação de nosso IPE-06A.
O boletim CAA 23 divide a instrução de vôo em uma primeira parte chamada básica, utilizando pela economia e e asa alta, convencionais em tanden (aluno à frente, instrutor atrás). Aeronaves que só no ano de 1941 tiveram 5.196 unidades fabricadas, das quais 3.197 do modelo da Piper J3. O total apenas deste modelo até o final da 2a Guerra ultrapassaria 20.000 unidades as quais se somariam até 1960 10.000 do modelo PA 18. Destas últimas o Brasil em 1948 adquiriu 80 unidades, muitas até hoje prestando serviço como rebocadores de planador.
Do período imediatamente anterior a 2a Guerra conhecemos alguns dos treinadores utilizados nas aviações mais adiantadas e que, sem exceção permitiam os dois ciclos de treinamento como resumido, sempre referindo ao CAA 23, em duas fases, básica e avançada. Entre eles e principalmente os Stearmann, Tiger Moth, Bücker e FW 44 (Galeão). Durante a 2a Guerra os EUA padronizaram a instrução militar nas duas etapas referidas para serem ministradas nos PT 19 nas escolas militares e a 1a fase em aeronaves como os J3 nas escolas civis. No Brasil a aviação militar seguiu o modelo americano e a civil, formou os pilotos privados na forma americana da instrução de pilotagem elementar e os instrutores em aeronaves como as que antecederam o PT 19 e finalmente com estes.
Na França em 1986 fomos apresentados ao CAP 10b, desenvolvido para substituir os Cessnas triciclos que eram utilizados nas Escolas Militares e que até hoje constituem a aeronave de treinamento básico da Marinha e Força Aérea Francesa. Também tivemos conhecimento de extensa utilização de planadores e moto planadores para aumentar as opções de vôo dos pilotos em formação. Este exemplo foi seguido pela Inglaterra e mesmo EUA que seguidamente põem em execução planos de familiarização com a terceira dimensão com a economia destas aeronaves leves.
Contudo para formação inicial, nenhuma solução substituiu as aeronaves do modelo que defendemos, tendo as tentativas do uso de moto planadores desaguado na Inglaterra em aeronaves como o Grobb 115, que nada mais é do que um avião primário com qualidades acrobáticas, porém com as deficiências do trem triciclo, disposição instrutor e aluno lado a lado, alto peso e velocidade excessiva para algumas manobras básicas.
No Brasil, a Academia da Força Aérea após primeira avaliação negativa de moto planador, introduziu o vôo sem motor como opção paralela. A Industria Paranaense de Estruturas desenvolveu, homologou e fabricou 154 monoplaces Quero Quero dos quais cerca de 20 foram usados na AFA durante mais de 20 anos. Também desenvolveu o biplace IPE 02, que teve 80 unidades fabricadas, a maior parte das quais equipa hoje em dia as escolas privadas. De custo e qualidades superiores as que ainda agora são importadas, acumulam os biplaces IPE, mais de 50.000 horas de vôo, sofrendo contudo longas e seguidas interrupções na utilização pela impossibilidade do CTA atender em tempo hábil a expedição dos boletins de manutenção. A responsabilidade por estes boletins foi assumida por aquele Órgão Oficial quando impôs como condição de homologação a propriedade do Certificado de Homologação de Tipo.
No plano internacional, alem da continuidade de fabricação de alguns modelos próximos aos Piper PA 18, os EUA equiparam suas forças armadas com aeronaves inicialmente destinadas à ligação e treinamento, porém com manifestação específica também para instrução. Esta aeronave que teve a designação militar de L 19 derivou do Cessna 305, teve 3.399 unidades produzidas entre 1950 e 1980 e dela anexamos fotografias de pouso em navio - aeródromo. A aterrissagem em pequeno espaço e sem recursos mecânicos de arresto, é evidentemente exclusividade de aviões convencionais – bequilha traseira com pilotos habilitados a um pouso três pontos seguro.

Cessna L 19 pousando em navio-aeródromo (USS Midway - foto US Navy)

Concluindo esta sucinta apresentação, desejamos salientar que a Industria Paranaense de Estruturas, tendo enfrentado e conseguido sobreviver às dificuldades que encerraram as linhas de produção de aeronaves leves brasileiras de suas antecessoras, se considera habilitada a sucedê-las. Não só para desenvolver e atualizar projetos tradicionais o que demonstramos com o IPE 06 A, como atender a especificações que sejam julgadas a mais conveniente para uma aeronave destinada à instrução e treinamento eficiência que permitem, aeronaves como os Piper J3 e similares da categoria.

 
 

 
 


Concluindo esta sucinta apresentação, desejamos salientar que a Industria Paranaense de Estruturas, tendo enfrentado e conseguido sobreviver às dificuldades que encerraram as linhas de produção de aeronaves leves brasileiras de suas antecessoras, se considera habilitada a sucedê-las. Não só para desenvolver e atualizar projetos tradicionais o que demonstramos com o IPE 06 A, como atender a especificações que sejam julgadas a mais conveniente para uma aeronave destinada à instrução e treinamento eficiência que permitem, aeronaves como os Piper J3 e similares da categoria.