Um numero significativo
de Unidades de Conservação foi criado no Brasil, especialmente
em épocas mais recentes, buscando resguardar amostras
representativas naturais do país. São áreas delimitas com a
finalidade de preservar os atributos excepcionais da natureza e
tem, cada uma delas, a sua criação efetiva por decreto Federal
especifico, emanado da mais alta autoridade competente, neste
caso, o Presidente da Republica.
Constituem herança de uma geração à outra e pertencem, não
apenas a uma região ou a um povo, mas, a humanidade. Entretanto,
o trabalho de gerenciamento de uma Unidade de Conservação
significa, geralmente o domínio de um grande espaço geográfico
acidentado, com montanhas, planaltos, vales, escarpes, florestas
tropicais com áreas quase impenetráveis em cujo interior a visão
humana não alcança mais de dez ou quinze metros.
Em muitos Parques Nacionais são necessários muitos dias ou meses
para que se faça uma vistoria à pé com árduas caminhadas. Mesmo
assim, a linha de limite da visão do observador não conseguirá
abranger uma área maior do que a de uma ou duas dezenas de
metros na faixa lateral à trilha que estiver seguindo. Qualquer
clareira ou área derrubada no interior de uma floresta tropical
que esteja fora desses escassos limites, passará desapercebido.
O controle efetivo do espaço geográfico de uma unidade de
conservação vem se constituindo em um dos maiores desafios a
serem enfrentados pelas administrações e pesquisadores voltados
à proteção e análise de sua biota.
Modernamente, empregam-se pequenos aviões de observação,
especialmente desenhados com ampla visibilidade para dois
ocupantes, com baixa velocidade de vôo, dotados do sistema de
posicionamento geográfico por sinais de satélites, GPS, potentes
binóculos e suportes para camarás fotográficas do tipo “reflex”,
capazes de obter por processos estereoscópios a visão
tridimensional do terreno ao serem examinadas as fotografias em
gabinete.
Esta sistema proporciona a possibilidade do registro de trilhas
de caçadores, trilhas de trânsito, cercas, cabanas, linhas de
transmissão de energia elétrica e outros indícios de presença
humana.
Aos pesquisadores, possibilitam a diferenciação, registro e
mapeamento de espécies no extrato superior das florestas pela
diferenciação na coloração das copas ou localização de
indivíduos por floração, tornando possível o estudo do seu
comportamento espacial.
Operacionalmente, são aeronaves muito seguras e econômicas,
capazes de decolar e pousar em estradas comuns e campos não
preparados, muito eficientes em tarefas de busca à pessoas
perdidas ou em localização de focos de incêndio, constituem-se
também, um inibidor de atividades de invasão, depredação ou
caça, marcando fortemente a presença do órgão controlador em
quaisquer locais dos Parques Nacionais, Áreas de Proteção
Ambiental ou Reservas Biológicas, mesmo os mais remotos.
Sérgio Arraes Monteiro (Eng
Florestal) NUC IBAMA 1 RS. Tito de Paula Couto (Geógrafo) NUC
IBAMA 1 RS.
Fortalecimento das áreas
protegidas
Precisamos fazer todo o possível para preservar, conservar e
administrar a
biodiversidade. As áreas protegidas, desde as grandes reservas
até os pequenos refúgios para algumas espécies em particular e
as reservas de uso controlado, farão parte deste processo. Estes
sistemas de unidades de conservação precisam ser administrados
de modo a levar em conta toda uma gama de mudanças ecológicas e
provocadas pelo homem. Esta não é uma tarefa simples porém o
homem deve enfrentá-la, ou correr o risco de se tornar
irrelevante.
Peter Bridgewater
Departamento de Parques e Áreas Silvestres da Austrália